Cosméticos veganos, naturais, orgânicos, cruelty-free… Qual a diferença entre eles e por qual motivo devemos boicotar a indústria cosmética tradicional?
Os produtos cosméticos são importantes e estão muito ligados à autoestima das pessoas. Eles proporcionam momentos de autocuidado que são um caminho para a transformação da alma e das perspectivas que se tem sobre si próprio e, consequentemente, do mundo. No entanto, há décadas a indústria cosmética utiliza animais como cobaias em testes de laboratórios torturantes.
Segundo a Humane Society International, entidade global de proteção animal que promove a campanha “Be Cruelty-Free” (“Seja Livre de Crueldade”, em tradução livre), 500 mil animais sofrem e morrem anualmente nesses laboratórios.
Por outro lado, a boa notícia é que atualmente 39 países já possuem leis que baniram testes de cosméticos em animais - entre eles, sete estados brasileiros -, o que estimulou o surgimento de inúmeras marcas e produtos no Brasil e no exterior que se intitulam “cruelty-free”. Ainda estamos longe do ideal, mas caminhando para que nossos cuidados com a beleza não maltratem animais em testes desnecessários.
Os testes
Os principais testes conduzidos são o DL50 e o Draize, que normalmente utilizam coelhos, ratos, porquinhos da índia e cães. Se você não sabe como eles funcionam, prepare-se para se indignar:
DL50 (Dose Letal 50%)
Esse teste é realizado para medir a quantidade de agentes tóxicos nos produtos - ou seja, seu produto de beleza pode ser, em algum nível, tóxico para você! Ele visa identificar em qual nível tais agentes matam 50% dos animais utilizados como cobaias. As substâncias são inseridas progressivamente para que os efeitos nos animais sejam analisados, até que metade deles morram. Mas, durante o período de teste, os animais (geralmente cães e roedores) sofrem com dores, convulsões, corrimentos, diarréia e sangramentos. E o pior: a dose letal para humanos é difícil de ser identificada por meio de testes em animais, o que torna esse experimento ineficaz e ainda mais cruel.
DRAIZE
Criado na década de 40, esse teste é responsável por medir a ação nociva de ingredientes químicos encontrados nos produtos que você vai utilizar. A forma como é feito? Aplicando tais ingredientes nos olhos e pele dos animais (sem anestesia alguma), que são imobilizados para evitar uma quase certa automutilação. Eles também têm suas pálpebras presas com um clips de metal, deixando-os com os olhos permanentemente abertos durante todo o período de testes - que podem durar até 18 dias! Os coelhos são os animais mais usados para estes testes, pois são baratos, mansos e têm olhos grandes e sensíveis que quase não produzem lágrimas e, portanto, não conseguem expelir as substâncias aplicadas em seus olhos. Ao final, os animais são sacrificados; mas antes, durantes o teste, eles experimentam os mais dolorosos resultados, como infecções, alergias, úlceras e até mesmo cegueira.
Apesar dos testes ainda serem obrigatórios por lei em mercados importantes como a China, por exemplo, muitas empresas estão mudando suas políticas e abandonando essas práticas laboratoriais. Mas com as opções no mercado se multiplicando, surgem outras questões: qual tipo de cosmético devo procurar?
Opções não faltam
Existem diferentes produtos que atendem as demandas de uma sociedade cada vez mais consciente dos impactos de seu consumo.
De acordo com a Mintel, organização de pesquisa e marketing internacional, em cinco anos houve um aumento de 175% no lançamento de produtos cosméticos veganos. São quase três vezes mais opções de produtos livres de crueldade animal!
No entanto, é preciso ficar atento às diferentes classificações dos itens de beleza e higiene pessoal. Além dos cosméticos veganos, há outras três classificações de produtos, identificadas por diferentes selos presentes nas embalagens. Então fique atento para não se confundir na hora da compra:
- Cosméticos veganos são aqueles que não utilizam matérias-primas de origem animal e, obviamente, não fazem testes em animais. No entanto, eles podem conter produtos sintéticos em sua fórmula;
- Produtos Cruelty Free podem conter substâncias de origem animal - como cera e mel de abelha ou manteiga, por exemplo - e sintética, porém não realizam testes laboratoriais em animais;
- Cosméticos naturais possuem pelo menos 95% de substâncias naturais e 5% de matérias-primas orgânicas ou sintéticas, mas não está garantido que tais produtos não tenham passado por testes em animais;
Produtos orgânicos devem ser formulados com substâncias certificadas por órgãos que atestem a natureza e a sustentabilidade de toda a sua cadeia produtiva, com ao menos 20% de ingrediente orgânico; também não está garantido que testes em animais não tenham sido realizados.
Agora que conhecemos as maldades que envolvem os testes em animais e os tipos de cosméticos que você pode encontrar no mercado, que tal começar a mudar a forma como cuidamos de nós mesmos para cuidar um pouco mais do planeta também?
Esse é o nosso papel, enquanto consumidores, para que a mudança de mentalidade
e produção atinja cada vez mais empresas e países!
Então, vamos juntos?
#govegan #crueltyfree
Fontes: